quarta-feira, 1 de maio de 2013

Resenha sobre o texto de Charles Toniolo de Sousa.


16/04/2013
    

O autor faz um resgate da história do Surgimento do Serviço Social para fazer um debate sobre a importância da instrumentalidade na investigação. O Serviço Social surge da necessidade do Estado intervir nas expressões da questão social que antes eram tratadas como caso de polícia. A partir das mobilizações dos trabalhadores são requisitados profissionais que executem essas políticas, a fim de manter controle e a ordem capitalista.
    O Movimento de Reconceituação do Serviço Social faz uma crítica a essa divisão entre aqueles que pensam (intelectuais) e os que executam (manual) as políticas. Na busca por um estatuto de ciência para superar essa subalternidade, movimentos dentro do Serviço Social começaram a contestar essa divisão. Baseados na corrente Intenção de Ruptura que rompe com essa visão conservadora se percebe a necessidade de produzir conhecimento crítico para responder as demandas colocadas pelo mercado e pela realidade. O que propiciou a aproximação com as Ciências Humanas.
    A maturidade acadêmica alcançada apontou para as dimensões que devem ser dominadas pelo Serviço Social; competência ético-política que indaga sobre a questão da neutralidade do Assistente social, pois numa sociedade capitalista marcada por relações contraditórias o profissional deve assumir postura ética que sustente sua prática e que atendam os interesses desta classe; competência teórico-metodológica onde o conhecimento vai além da aparência e busca a essência dos fenômenos; competência técnico-operativa onde o profissional procura articular as demandas dos setores da sociedade para conhecer e criar habilidades técnicas para desenvolver sua intervenção. Certamente essas dimensões de competências não devem ser encaradas separadamente o que reflete na articulação teoria e prática. O que levaria a um posicionamento contrário ao Código de Ética.          

Um profissional atualizado e compromissado na produção de conhecimento para formular respostas inovadoras para intervenção profissional é fundamental para sua sobrevivência no mercado. Para poder transformar a realidade o profissional tem que conhecer, tem que se ter um conhecimento teórico das relações sociais e da forma de organização da sociedade em um determinado momento histórico, poderá nos levar a ultrapassar a universalidade e singularidade para apreender as particularidades da situação. Ir além da aparência para apreender a essência.
Traçando a partir de seus objetivos quais as técnicas e instrumentos que utilizará para uma ação transformadora. Percebendo que nem sempre esses objetivos serão alcançados dadas as limitações históricas que são fatores que determinam a intervenção. Há uma necessidade de inovação e criatividade do profissional para adaptar instrumentos antigos e criar novas técnicas, para desempenhar com competência suas atribuições e produzir mudanças. Onde citamos Iamamoto (2004), “ tomar um banho de realidade”.
    A linguagem que é um tema pouco abordado na produção do Serviço Social constitui a identidade de grupo social e a partir dela o Assistente Social se comunica com os grupos sociais e as instituições que trabalha. É a partir deste contato que vai conhecer os sujeitos e definir quais os instrumentos utilizar na sua intervenção.
    Tendo que dominar formas de coerentes de falar, pensar e expressar seu pensamento. O Serviço Social utiliza as formas de instrumentos de trabalho: direta ou oral (face à face) , que expressam uma interação dinâmica não só de palavras , mas pelo gesto, olhar entonação que são: Observação Participante, Entrevista individual ou grupal, Dinâmica de grupo, Reunião, Mobilização de comunidade, Visita domiciliar e visita institucional. E tem formas de instrumentos indiretos ou escrito que são os registros do trabalho direto que são: Atas de reunião, livros de registro, diário de campo, relatório social e parecer social.
        Contudo entendemos que os instrumentos não podem ser mais importantes que os objetivos. Mas vemos uma importância de uma reflexão continua da dimensão ético-política, para cada dia estar construindo de maneira criativa metodologias de ação que respondam as necessidades dos profissionais a partir de diferentes contextos e realidades sociais.


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