16/04/2013
O autor faz um
resgate da história do Surgimento do Serviço Social para fazer um debate sobre
a importância da instrumentalidade na investigação. O Serviço Social surge da
necessidade do Estado intervir nas expressões da questão social que antes eram
tratadas como caso de polícia. A partir das mobilizações dos trabalhadores são
requisitados profissionais que executem essas políticas, a fim de manter
controle e a ordem capitalista.
O Movimento de
Reconceituação do Serviço Social faz uma crítica a essa divisão entre aqueles
que pensam (intelectuais) e os que executam (manual) as políticas. Na busca por
um estatuto de ciência para superar essa subalternidade, movimentos dentro do
Serviço Social começaram a contestar essa divisão. Baseados na corrente
Intenção de Ruptura que rompe com essa visão conservadora se percebe a
necessidade de produzir conhecimento crítico para responder as demandas
colocadas pelo mercado e pela realidade. O que propiciou a aproximação com as
Ciências Humanas.
A maturidade
acadêmica alcançada apontou para as dimensões que devem ser dominadas pelo
Serviço Social; competência
ético-política que indaga sobre a questão da neutralidade do Assistente social,
pois numa sociedade capitalista marcada por relações contraditórias o
profissional deve assumir postura ética que sustente sua prática e que atendam
os interesses desta classe; competência
teórico-metodológica onde o conhecimento vai além da aparência e busca a
essência dos fenômenos; competência
técnico-operativa onde o profissional procura articular as demandas dos setores
da sociedade para conhecer e criar habilidades técnicas para desenvolver sua
intervenção. Certamente essas
dimensões de competências não devem ser encaradas separadamente o que reflete
na articulação teoria e prática. O que levaria a um posicionamento contrário ao
Código de Ética.
Um profissional atualizado e compromissado na produção de
conhecimento para formular respostas inovadoras para intervenção profissional é
fundamental para sua sobrevivência no mercado. Para poder transformar a
realidade o profissional tem que conhecer, tem que se ter um conhecimento
teórico das relações sociais e da forma de organização da sociedade em um
determinado momento histórico, poderá nos levar a ultrapassar a universalidade
e singularidade para apreender as particularidades da situação. Ir além da
aparência para apreender a essência.
Traçando a partir de
seus objetivos quais as técnicas e instrumentos que utilizará para uma ação
transformadora. Percebendo que nem sempre esses objetivos serão alcançados
dadas as limitações históricas que são fatores que determinam a intervenção. Há
uma necessidade de inovação e criatividade do profissional para adaptar
instrumentos antigos e criar novas técnicas, para desempenhar com competência
suas atribuições e produzir mudanças. Onde citamos Iamamoto (2004), “ tomar um
banho de realidade”.
A linguagem que é um
tema pouco abordado na produção do Serviço Social constitui a identidade de
grupo social e a partir dela o Assistente Social se comunica com os grupos
sociais e as instituições que trabalha. É a partir deste contato que vai
conhecer os sujeitos e definir quais os instrumentos utilizar na sua
intervenção.
Tendo que dominar
formas de coerentes de falar, pensar e expressar seu pensamento. O Serviço
Social utiliza as formas de instrumentos de trabalho: direta ou oral (face à
face) , que expressam uma interação dinâmica não só de palavras , mas pelo
gesto, olhar entonação que são: Observação Participante, Entrevista individual
ou grupal, Dinâmica de grupo, Reunião, Mobilização de comunidade, Visita
domiciliar e visita institucional. E tem formas de instrumentos indiretos ou
escrito que são os registros do trabalho direto que são: Atas de reunião,
livros de registro, diário de campo, relatório social e parecer social.
Contudo entendemos que
os instrumentos não podem ser mais importantes que os objetivos. Mas vemos uma
importância de uma reflexão continua da dimensão ético-política, para cada dia
estar construindo de maneira criativa metodologias de ação que respondam as
necessidades dos profissionais a partir de diferentes contextos e realidades
sociais.
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