Por Rafael Teixeira do Nascimento.
No contexto atual, na contemporaneidade, no que tange
o trato da questão social é de suma importância inserir o debate do Terceiro
Setor, visto que esse fenômeno é pertinente ao processo de reestruturação do
capital, especificamente no conjunto de reformas do Estado. Sabemos que a reforma do estado na década de
90 se concretizou com a falácia desculpa de que tal reforma seria necessário para
reformular e melhorar a Política Social no pais, sabemos que essa foi apenas
uma argumentação de roupagem para se consolidar a reforma, visto que tal
reforma se concretizou para consolidar os interesses políticos e econômicos do
estado o qual é alavanca de desenvolvimento do neoliberalismo no pais.
O processo de reestruturação do estado trouxe consigo
uma nova roupagem, modalidade, no que tange ao trato da questão social. As
políticas sociais universais, constitutivas de direitos após a década de 90 com
o advento do neoliberalismo no pais passaram a ser acusadas pelos neoliberais, para estes
essas eram propicias a esvaziarem os fundos públicos.
A política neoliberal se consolida no Brasil em 1990,
ou seja dois anos mais tarde, após a promulgação da Constituição Federal de
1988 na qual passou a ser garantida a Seguridade Social, a qual é constituída
pela Previdência, saúde e Assistência. A Seguridade social foi garantida na constituição no
entanto com a consolidação do
neoliberalismo no pais a seguridade social, em seu tripé, para os neoliberais, passou a ser a principal fonte
de ameaça para o desenvolvimento do neoliberalismo.
No contexto atual, cenário de crise do capital, a
Seguridade Social tem sido fortemente atingida, visto que essa fica em segundo
plano mediante aos interesses do estado, que em tempo de crise não esta
preocupado em garantir os direitos sociais dos cidadãos, esta preocupado em não
declinar o desenvolvimento econômico do pais, não referimos aqui o
desenvolvimento econômico pensado no bem comum, da sociedade, nos referimos ao
desenvolvimento que se concentrara nas mãos de poucos. Nesse contexto de lutas da classe trabalhadora
mediante ao projeto societário atual é
que a política social vem sofrendo os reflexos de tal reforma concretizada na
década de 90.
A política
nacional de saúde nos últimos anos tem sofrido severamente os reflexos do
neoliberalismo, frente a esses contextos de luta mediante ao neoliberalismo é
que pretendemos fazer uma breve analise sobre a privatização do sistema publico
de saúde, daremos destaque aos
acontecimentos que vem ocorrendo no estado de São Paulo no que tange a
privatização do sistema de saúde publica.
Partimos do
pressuposto de que com o advento do neoliberalismo o estado tem estreitado os
laços com a sociedade civil, mediante a isso é que atualmente tem ocorrido a
descentralização da Política Social.
Infelizmente a privatização do Sistema Publico de Saúde esta se tornando uma
realidade constante em nosso meio, com isso, além dos usuários deste serviço os
profissionais de saúde também estão
sendo prejudicados, mediante a sua intervenção profissional, aqui daremos
enfoque aos Assistentes Sociais, categoria profissional da qual em breve irei pertencer.
A Assembléia Legislativa do
Estado de são Paulo esta cogitando a privatização do sistema publico de saúde
estadual, profissionais da área de saúde e movimentos sociais tem lutado para
que isso não se concretize. Se a referida lei for aprovada perante a aprovação
do governador de Estado José Serra, a privatização dos Espaços Públicos de
Saúde no referido estado ira permitir a
atuação de Organizações Sociais ( OSs ) em todos os hospitais públicos
paulistas.
Sabemos que essa atitude em querer privatizar os espaços públicos de saúde não é pelo fato de o Estado estar preocupado com a qualidade de saúde pública no referido Estado, o interesse do Estado é de se esquivar no que compete sua responsabilidade enquanto poder máximo o qual tem por obrigação garantir o acesso do cidadão ao atendimento humano e vital no que diz respeito suas demandas em relação sa saúde, atendimento hospitalar, no entanto o Estado tem descentralizado essa responsabilidade para seguimentos da sociedade civil.
O Terceiro Setor se consolidou em
nosso pais e tem exercido um papel importante de parceria com o estado, nessas
parcerias ambos os seguimentos são beneficiados enquanto a população é
prejudicada nos diversos problemas sociais
postos a luz do ideário neoliberal.
O SUS quando elaborado tinha princípios de democratizar a saúde publica, visava
garantir a universalidade, a
integralidade e equidade no acesso aos serviços de saúde publico, no entanto a política de saúde mediante ao
ideário neoliberal foi descentralizada.
As ações de descentralização e precarização da saúde
tiveram inicio no governo FHC que sem medir esforços afundou a política social brasileira. Por Sua
vez o então ex Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva deu continuidade as ações
iniciadas durante o Governo FHC.
Com a privatização dos hospitais na cidade de São
Paulo a garantia de acesso ao atendimento médico se tornara ainda mais precário
e de difícil acesso, com a privatização haverá um sucateamento ainda maior dos
hospitais, visto que o governo passara a destinar menos verba a esses hospitais,
isto pelo fato de o estado estar preocupado em otimizar custos e não garantir a
qualidade de atendimento a população.
Ao buscar
parcerias com seguimentos da sociedade civil o estado tem por interesse
desarticular o desenvolvimento da Política de saúde por parte dos seus órgãos
competentes, portanto ao aprovar a privatização do Sistema de Saúde Publica o
estado estará desviando suas
responsabilidades para seguimentos da sociedade civil. A saúde no Brasil se
tornou mercadoria, hoje para ter acesso a um atendimento um pouco melhor o
cidadão tem que pagar um plano de saúde, ou uma consulta particular. O que
deveria ser direito garantido do cidadão se tornou mercadoria .
Ainda frente a esse processo de privatização dos hospitais,
não podemos deixar de mencionar a
questão da falta de autonomia por parte dos profissionais de saúde em exercer
sua pratica profissional, visto que o sistema de contratação desses
profissionais será via CLT, portanto tudo indica que esses profissionais
passaram por certas coerções para manter-se em seu posto de trabalho.
Infelizmente em tempos de capital e fetiche, o bem
maior do cidadão, a saúde, tem se
tornado mercadoria e quem não tem condições de pagar para ter acesso a ela
muitas vezes acaba pagando um preço alto, a perda da vida, infelizmente o que deveria ser garantido pelo estado não é.
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